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Simbiótica:

(2011)

Ácido Febril:

(Fevereiro 2016)

1.Senerovento (20 maio 2016)

Repetidamente os olhos se contentam/consternam dia a dia por verem sempre o mesmo ar líquido que paira no agora. Cada sopro é uma farpa leve, uma agulha boa que arena as pupilas levemente dilatadas pela sombra que predomina no outono que se mostra inverno. Macio, frio e ventiloso, ele convida ao seu verde suculento que inebria olhos e narinas. 'Vem, se deleita com a sombra do sol, que logo sentirá falta, mais logo'. Amavelmente ele oferece leito. Antes senta e não se aguenta, chama pra deitar. Quando vê as pálpebras estão quebradas ao chão apenas existindo. Respira... Que essa brisa leva os males e os bons ares para o centro da terra e ao corpo, serena o vento. 

2. O envolto na mortalha (31 junho 2016)

Ele, que se diz homem e menino, segura um véu desgastado que esfrega ligeiramente todos os dias por seu corpo. Uma, duas, três vezes. Imagina que tudo que se foi, está voltando. Entrega se a fantasia como o se passado pudesse ser refeito, costurado, remendado até ficar intacto como nunca foi. Assim, a mortalha cobre seus olhos e não lhe permite ver o que perde a cada dia.

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